Capela de West Point |
A Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, informa sobre a administração de aulas de Geografia do Brasil para os cadetes da Academia Militar do Exército dos Estados Unidos da América (West Point), localizada em Nova York. A ligação entre ambas instituições é antiga. Pelo menos dois generais que atuaram durante o regime militar instituído a partir de 1964 foram professores de Português na escola norte americana: o general-de-Exército Heitor Furtado Anizaut de Mattos, e o general-de-brigada Oacyr Pizzotti Minervino. O general Floriano Peixoto, não o ex-presidente do Brasil, de 1996 a 1998, exerceu a função de Oficial de Ligação do Exército Brasileiro.
Berço dos grandes oficiais, influentes políticos e mentores da indústria de armas, West Point tem como seus maiores críticos, pela liberdade de expressão e o exercício da auto-crítica, os próprios norte americanos. Para explicar porque os Estados Unidos são há décadas, um estado militarizado, que gosta de participar de alguma guerrinha em algum lugar do mundo, o general Van Fleet (de West Point, 1915), afirmou: A Coréia foi uma bênção. É preciso que haja Coréias aqui ou em qualquer lugar do mundo". Já o ex-senador radical republicano B.F Wade, de Ohio, declarou: "Não acredito que se possa encontrar, em toda a face da Terra...outra instituição que tenha produzido tantos homens falsos e ingratos quanto os que emanaram dessa instituição".
Do escritor norte-americano Gore Vidal, há a lembrança do fundador da Academia (em 1817) Sylvanus Thayer, um admirador apaixonado de Napoleão Bonaparte, que afirma que o próprio "se empenhou em criar um inferno de quatro anos para os rapazes mandados para ele, vindo do país inteiro. Eram mantidos permanentemente ocupados, recebiam tratamento de robôs, e eram enquadrados num código de honra que, em poucas palavras, transformava cada um deles em espião dos outros'.
Ainda segundo Gore Vidal, não é de espantar que o pessoal de West Point tenha mais sucesso quando se dedica a criar West Points em miniaturas,especialmente na América Latina. Claro que ainda há o desejo de jovens cadetes brasileiros de cursarem nos Estados Unidos, para isso existem o intercâmbio e é incentivado por todos os Ministérios da Defesa. Mas se no passado havia avidez e um sentimento de orgulho para o currículo cursar o Fort Benning (Geórgia), como o general de Exército Rubens Bayma Denys; o Fort Bevoir (Virgínia), o general de Exército, Samuel Augusto Alves Correa; o Fort Leavenwort, o general-de-Exército Luiz Gonzaga Schoeder Lessa, dentre outros, todos na ativa durante o movimento de militar de 1964, hoje existe uma inversão de valores. Já não há mais a reverência aos norte-americanos, não "porque cometeram muitas maldades aqui e acolá", mas porque esses se tornaram independentes do Brasil. Em todo o caso, prevalece a mentalidade de que "quando não se tiver nada para fazer, policie a área".
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