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5 DE OUTUBRO
Do diário de Evelyn Waugh, em agosto de 1943: "Não quero influenciar opiniões ou acontecimentos, denunciar farsas e nem nada do tipo. Não quero ser útil a nada ou a ninguém. Quero apenas fazer o meu trabalho de artista". Colocando "escritor" no lugar de "artista", E. W. exprime os meus sentimentos com exatidão. Preciso expulsar do meu ombro o censor do que eu-devia-estar-dizendo e, em vez disso, prestar atenção ao que eu-sinto-de-verdade, por mais que isso possa prejudicar minha reputação. Minha persona e eu nunca combinamos totalmente. O resultado é que nos afastamos e perdi contato comigo mesmo, além da autoconfiança. (E. W. sempre teve o catolicismo como uma bússola interna, que respondia apenas a Deus. Eu precisei me nortear pelo socialismo, que, de maneira infeliz, mas inevitável, nos envolve numa abordagem menos pessoal e mais objetiva da literatura - e nos faz suspeitar de qualquer coisa idiossincrática demais. A frivolidade ocasional é permitida às pessoas religiosas, e nunca aos socialistas.)
(Trecho do Diário de Kennety Tynan, publicado na revista Piauí)
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